terça-feira, 19 de outubro de 2010

Jogo Aéreo

A cultura enraizada no treino de guarda-redes em Portugal, mantém-se muito ligada ao posicionamento dentro da baliza. Embora este ponto se tenha vindo a alterar nos últimos tempos, ainda é bem vísivel, principalmente dos escalões de formação. A experiência que tenho vivido nesta pré-época, que está a acabar, evidencia o que referi anteriormente.
O jogo aéreo é um dos pontos fundamentais nas acções dos guarda-redes. No entanto, noto que por vezes as deficiências provêm de outras características.
Existe grande dificuldade em assumir as responsabilidades neste tipo de lances. O medo de errar, deixar as responsabilidades para os colegas da defesa e ficar na linha de golo. O erro leva à perfeição, no entanto mesmo com todo o apoio do treinador de guarda-redes, um simples comentário do treinador principal pode deitar todo o trabalho por terra e a necessidade de começar tudo de novo.
A falta de comunicação. Muitos guarda-redes não falam por se sentirem envergonhados, pelo receio de serem gozados pelos colegas (e digo isto por já ter assistido a tal).
O receio dos embates com adversários e/ou colegas de equipa. Nas idades de formação o factor psicológico é determinante. Muitos miúdos demoram a perceber que a simples acção de elevar um joelho no salto, os protege dos contactos. "Se tens medo de magoar um colega de equipa, terás sempre medo de magoar um adversário que não conheces de lado algum". Cada um tem as suas acções no jogo e um avançado não está preocupado se magoa um guarda-redes para marcar golo.
A percepção da trajectória da bola. Embora varie de pessoa para pessoa, este aspecto é treinável . As repetições nestes tipos de lances fazem os guarda-redes ganhar experiência e diminuir as possibilidades de errar.
O posicionamento.